Quarto de Caim Dähl Bouwknech

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Caim Dähl Bouwknech
Troublemakers

Postado Qui Jul 28, 2016 10:29 pm

Quarto de Caim Dähl Bouwknech Images?q=tbn:ANd9GcRc-UeValOB-2pzhYdkCacm8IO0i0XRGQtq1mtL6oUgIQIui4N6x_gu1nW9lA
Caim Dähl Bouwknech
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Troublemakers
Caim Dähl Bouwknech
Troublemakers

Postado Qui Jul 28, 2016 10:40 pm


Quando se vê envolto pelo completo silêncio por um longo periodo sua mente começa a agitar-se, seus olhos adquirem o dom de ver o invisvel em plena escuridão, sua alma começa a apresentar-lhe após os julgamentos de principios comuns e obsoletos, ideia que fixa apenas uma questão, aquela que lhe pertuba e agita sua alma, faz palpitar seu coração e arregala seus olhos, suas mãos tremulas e seu corpo desejoso de uma resposta perdida. O que é real?
De seus lábios nada mais escapava a não ser meros sussurros indecifráveis, todos jogados ao vento para que se dissipassem na tentativa de alcançar um ouvido atento de mente vazia, alguém que estivesse disposto a ouvir os sussurros do vento, aqueles cantados de forma suave. Ele tinha as orbes fixas como se quanto mais se esforçasse mais longe pudesse ver, queria enxergar além daquela linha ilusória de onde tão belas cores brotavam, onde parecia que a magia permanecia intacta. Ele queria alcançar o horizonte. Suas pálpebras se fecharam lhe apresentando o vazio, estava olhando para si mesmo naquela ocasião, suas mãos aqueciam-se nos bolsos de sua calça jeans já gasta, seus dedos giravam em torno da pequena esfera que lhe fora presenteada, um simbolo que o mantinha em cima da tênue linha entre a total insanidade e a esperança de manter-se com os olhos abertos, o ar foi capiturado pelas narinas infladas do garoto, o mesmo vento que bagunçava seus cabelos desgrenhados. Foi repentino. Como um urro de mil tormentos aprisionados dentro da mente alucinada, foi esse o som que fez o jovem Caim ceder o peso sob seus joelhos, ambas as mãos foram levadas a suas orelhas tapando-as por completo na tentativa de bloquear aquela frequência ensurdecedora, era inútil, a origem de sua agonia estava dentro de si; Talvez se está cena fosse registrada seria uma das mais perturbadoras existentes, um garoto que tinha o corpo sujo, o peito exposto pela falta de panos para cobrir tal região onde cicatrizes profundas e recentes ainda pulsavam em seus tons vermelhos e rosados, tudo fazia contraste a sua pele alva; Estava caido de joelhos no cascalho, as mãos cobrindo as laterais de seu crânio e os olhos fechados com força. Ele presenciava o terrorismo interno enquanto ao seu redor a mais plena paz pairava, tornando-o uma negação à aquele cenário, algo que devesse ser expulso dali. Explosões repentinas e ritmadas contra seu peito, era seu coração desejando moe-lo e transforma-lo em algo inerte, ergueu a cabeça enquanto seus lábios ainda moviam-se silenciosamente na unica prece que ele sabia, pedia por sua alma pois de seu corpo nada mais restava.

Dias atuais, 19:00 pm.

A tinta marcava aquele pedaço gasto de papel permanentemente, exaltando pensamentos difusos. Uma corrente de ar incomôda acariciava seu dorso, ele estava mal disposto e a iluminação escassa o fazia quase selar suas pálpebras ao estreitar o olhar forçando-o em direção às palavras transcritas diante de si.

"Ainda posso ouvir a música se me concentrar o suficiente, por sorte, a voz dela se sobrepõe me entregando a paz".


Um suspirar escapou de entre os lábios e ele girou seu tronco, o quarto estava imerso em um completo silêncio, este que era corrompido pela respiração de seu cão adormecido ao seus pés, o vento produzia uma espécie de assovio ao atravessar o comodo pela fresta aberta da janela.

Como um mero observador de si mesmo Caim pairava, sob o domínio e Seth que se movia ansioso arrastando os pés descalços pelo carpete até o parapeito da janela, entre os lábios pendia o ceifador acesso pela chama já extinguida, a fumaça esvaia pelas narinas misturando-se ao ar gradativamente. Seth utilizou o polegar destro para salientar os adornos no punho aderente à lâmina que tinha posse, a lâmina refletia a fraca luz disposta atrás de si abrigando uma imagem caótica ao local. Caim urrou, mas som algum escapou de entre seus lábios, Seth chocou ambos os joelhos no chão e o cigarro -que outrora queimava entre os lábios- caia ao seu lado, a visão tornou-se turva e a dor pareceu amortecer ao choque de adrenalina antes que as costas fossem acolhidas pelo piso de seu quarto, suas mãos trêmulas ainda seguravam a faca cuja a lâmina havia sido enterrada próxima a sua costela, seu corpo era induzido por estamos e o ar parecia lhe fugir . As mãos o agarraram com ansiedade, ele não foi capaz de identificar o portador da voz que chamava seu nome, o canto dos lábios foram repuxados em um sorriso antes que a escuridão lhe abraçasse selando suas pálpebras.


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Caim Dähl Bouwknech
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Troublemakers
Winda Lawler Moriarty
Atores

Postado Sex Jul 29, 2016 6:22 pm

who wants to sleep in the city that never wakes up?

As íris ostentava uma incomum e opaca coloração acinzentada, como se um mar tempestuoso tivessem invadido o tom esverdeado de seus olhos. Os pensamentos estavam agitados e isso transparecia em seus olhos. O rosto, porém, ostentava de uma serenidade quase artificial. O motivo era o comum: antecipava suas tarefas mentalmente, repassava as instruções precisas da sua nutricionista, relembrava os pedidos do diretor e, se desse, repassava algumas falas para as gravações do dia seguinte. Tudo isso em um curto percurso de quatro minutos caminhando da academia para seu prédio.

Como sempre, cumprimentou o porteiro simpático que sempre a acompanhava, conversando, até o elevador e apertava o botão correspondendo ao seu sexto andar; um gesto cortês que Winda apreciava. Uma vez só, Winda deixou escapar um ruído de repulsa ao encarar seu estado no espelho.

Como sempre, seus fios ruivos estavam presos em um rabo de cavalo, as mechas da franja uma pouco grudenta. Suas vestimentas deixavam claro o motivo: a calça legging que cobria sua perna até o calcanhar, o par de tênis esportivos e a regata de tecido leve que cobria até metade de suas coxas.

Como sempre, entrava no apartamento 606. Como sempre, colocava a sua garrafa d’água em cima da bancada da cozinha, junto com sua bolsa, enquanto procurava alguma barra de cereal [mas que acidentalmente acabava com um pedaço de bolo na mão]. Como sempre, era apenas o de sempre. Aquele raro momento de seu dia que era igual a todos os outros. Winda sabia que depois iria tomar um banho, colocar roupas confortáveis e sentar na sacada para decorar mais uma leva de textos para a série até ser interrompida pelos meninos, que chegariam uma hora ou outra, e então a previsibilidade de sua noite terminava por ali. Ao menos, era que antecipava até que, quando já se dirigia para seu quarto, ouviu apenas um baque estranho no quarto de Caim. Não esperava que o rapaz estivesse em casa, pelo silêncio e as luzes apagadas da sala acreditava que encontrava-se sozinha. Girou os calcanhares, abaixando os olhos até a fresta da porta do quarto do rapaz, onde constatou a presença de uma fraca luz que fugia por ali. Deu uma batida breve na superfície de madeira da porta, apenas por educação e aviso, e nem esperou por uma resposta do outro lado antes de girar a maçaneta e empurrar a porta.

A iluminação estava precária no cômodo; os olhos de Winda logo se focavam no corpo no chão, constatou a presença preocupante de uma mancha escura crescente em sua camisa e, por um momento, pareceu que ar havia fugido em seus pulmões. No entanto, diante da cena surpreendente, havia apenas prendido a respiração, desunindo os lábios enquanto os olhos expressão a incredulidade. — Caim! — no segundo seguinte suas mãos seguravam os ombros do rapaz, os olhos fixos no rosto dele, analisando se ele estava inconsciente. A linha era frágil, e ele iria desmaiar a qualquer hora. Com os dedos trêmulos, apertou o pulso do rapaz, conferindo sua pulsação. — Caim, por favor, foque na minha voz... mantenha os olhos abertos, você tem que ficar consciente, eu vou chamar a ambulância e tudo vai ficar bem — no entanto, as pálpebras dele cederam ao peso da inconsciência. Winda já ligava para a emergência; foi uma conversa rápida e tensa com a atendente, que lhe deu preciosas instruções e comunicara que em poucos minutos a ambulância já estaria no prédio.

Você não tem o direito de fazer isso comigo, Caim. A ideia de perder Caim daquele jeito acionava a lembrança de um momento traumático de sua vida que, há muito, tentava superar. Porém, dar-se o luxo de lembrar disso agora era um ato de egoísmo que ela não poderia cometer. Winda se levantou do chão, pegando um travesseiro e uma camisa antes de, novamente, ocupar seu lugar ao lado de Caim. — Vai ficar tudo bem — ela repetia, colocando o travesseiro embaixo da cabeça de Caim Não sabia se era uma tentativa de acalmar a si mesma ou a Caim. Talvez até mesmo para Seth, que mostrava uma postura preocupada ao lado de seu dono. Com movimentos delicados, cobriu o ferimento com a camisa, em uma tentativa de estacar o sangramento, e manteve pressionando o local. — Só, por favor, aguente firme.

GREEDY PLAZA, nº606, with caim
Winda Lawler Moriarty
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