Suíte de Tayla Green

Tayla segurou seu celular com as mãos trêmulas. Leu e releu a mensagem de texto, esperando que alguma coisa dentro de si descobrisse que aquilo era mentira, e sentiu, durante longos segundos, a vontade incessante de chorar. — O quê...? — Murmurou, observando as palavras, ouvindo a vozinha dentro de sua cabeça dizer que estava tudo acabado. — Eu não vou conseguir... — Deixou escapar, já com a voz embargada e as têmporas doendo pela repressão às lágrimas.

Sabia que a Evil Corporation era real, infelizmente. Sabia que eles com certeza tinham conseguido sequestrar seus pais e que com certeza os matariam caso ela não obedecesse. Mas... Por que eles estavam fazendo aquilo? Por que insistiam em perturbar a paz que a garota nunca tinha conseguido por completo?

Soltou o celular. Com os olhos fechados, ela enfiou o rosto no travesseiro e tentou fazer com que seu incrível cérebro trabalhasse. Por que o choque estava sendo tão grande? Como ela não havia percebido que, junto à fama de queen da Universidade, viriam as outras consequências de morar em Autumn Valley?

— Certo. — Tayla murmurou, lendo novamente a mensagem. — Preciso escolher quem... — Murmurou novamente, confusa demais para pensar direito. Antes que pudesse perceber, as lágrimas já escorriam por seu rosto e ela observava o celular, esperando que uma resposta mágica aparecesse na tela.

Num segundo, o enigma foi desvendado. Amber seria a sua vítima — e sabia que ela não se importaria em ter suas fotos divulgadas na internet. Limpou as lágrimas com as costas de uma das mãos e virou o corpo, deitando-se com a barriga pra cima e fitando o teto.

— Meu Deus... — Sussurou, sentindo a visão ficar embaçada de novo. Mesmo com toda a confusão que reinava em sua mente, Tayla decidiu não contar nada a ninguém. E, zelando pela vida dos seus pais, era bom que tudo acontecesse silenciosamente, e que as pessoas pensassem que ela estava querendo se vingar de Amber.

Tayla saiu do quarto, mesmo que seu corpo estivesse tão exausto a ponto de não conseguir caminhar direito. Colocaria o plano em prática o quanto antes, e, se os deuses permitissem, poderia ver seus pais de novo.